29 de outubro de 2009

Apenas morto, apenas vivo.

Viver tem sido assim, quase um fardo pesado de mais. Os dias passam, e o que há de melhor dentro de mim vai se acabando. Tudo tem muita cor, luz, vida... Mas, meus olhos passam vagando e tento me focar no bem e o mal de cada um. Procuro nos lugares feios as coisas belas que um dia estiveram ali. Ando como anda o sol, planando de forma lenta, de um lugar alto de mais, e observo tudo. Preencho o ar com desejos fortes que quase se materializam. Como coisas com gostos específicos de datas e lugares especiais. Não revivo o que vivi. Escuto as musicas que tocam nos bares sujos e vago solitário entre os muros da cidade. Procuro verdade, sentido.

Desfaço-me em letras. Escrevo no muro. Tento achar a fonte eterna de sabedoria.

Procuro coisas por aí. Sempre vagando nesse mundo metamórfico. No caminho, sempre criticas e desespero. Vejo o homem ruir. Vejo a terra sumir. Contemplo o céu cheio de estrelas. Vejo a rua molhada. Percebo o mundo girar, girar, girar...

Espero o infinito de tudo, o infinito onde encontro respostas. Corro para encontrar o lugar certo de se estar nesse momento. Descubro que esse lugar é aqui. Mas, também é lá. Descubro que minha pesquisa não se acabará assim tão fácil. Que a corrida ainda é longa e que mesmo depois de tantos passos ainda lembro do Km 10 que foi onde te vi pela primeira vez. Olho pra trás e não te vejo. Meu coração bate e entendo o quão perto você está. Continuo correndo. Sinto no ar que a chuva está chegando e vejo o céu se apagar. Vou chegando ao fim do nada onde se inicia o tudo. E continuo andando. Respiro fundo. Fecho os olhos. Penso de novo. Revejo você, mais forte do que em outros pensamentos tão apagados. Sem pensar mais começo a correr, correr, correr...

Meus pés já não doem. Meu corpo é forte. Sigo em frente. Vivo cada segundo. Cada coisa. Tudo. Nada tem mais sentido. Tudo é luz. Estou morto. Morto pra mim. Vivo pra vida eterna. Vivo pra viver eternamente ao seu lado. Vivo... Apenas vivo.